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O futuro economico do Brasil com a China

Jantar encerra a passagem do presidente chines pelo Brasil

Por: Fonte: G1
21/11/2024 às 08h42 Atualizada em 21/11/2024 às 09h15
O futuro economico do Brasil com a China
Foto: Ricardo Stuckert / PR / Divulgação / CP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu para um um jantar no início da noite desta quarta-feira (20) o presidente da China, Xi Jinping. O evento foi marcado para o Palácio do Itamaraty, em Brasília, sede do Ministério das Relações Exteriores.

Antes do jantar, Lula falou brevemente com a imprensa, mas só sobre a vitória do Corinthians mais cedo no Campeonato Brasileiro. Xi Jinping , na saída do palácio, em um momento que pôde ser acompanhado pela imprensa, disse a Lula: "Isso ficou marcado em minha memória, a amizade entre China e Brasil".

A cerimônia, que encerra a passagem do presidente chinês pelo Brasil, aconteceu com a presença de autoridades brasileiras, como os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso.

Além deles, também compareceram os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos Brics.

Na manhã da quarta, os presidentes assinaram 37 acordos e memorandos (veja a lista mais abaixo). Um deles, na área de satélites, com a empresa SpaceSail, rival da Starlink, do bilionário Elon Musk.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, quando tomou o lugar dos Estados Unidos. O país asiático é o que mais recebe as exportações brasileiras do agronegócio, umas das principais fontes da riqueza do Brasil.

Relação no 'melhor momento da história'

Durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro, as relações diplomáticas com a China ficaram estagnadas, em razão de hostilidades ideológicas entre o ex-presidente e o governo de Xi Jinping.

Após Lula ter voltado ao governo, um dos primeiros países que ele visitou foi a China, em março do ano passado, quando foi recebido por Xi Jinping. Agora, Xi retribui a visita. Antes de Brasília, ele estava na reunião de cúpula do G20, no início da semana, no Rio de Janeiro.

Mais cedo neste sábado, Xi celebrou o encontro e ressaltou o bom momento entre os dois países.

"As relações China-Brasil encontram-se no melhor momento na história", disse Xi Jinping ao lado de Lula.

O Brasil não é para China tão importante comercialmente quanto a China é para o Brasil. Mas, mesmo assim, o país de Xi também precisa muito das relações comerciais entre as duas nações. O Brasil é o principal fornecedor de comida para a população chinesa, de bilhões de pessoas.

Além disso, no projeto chinês de se tornar o país mais rico e poderoso do mundo, suplantando os Estados Unidos, a parceria com o maior país da América Latina é estratégica.

"Nos últimos anos, sob a orientação estratégica conjunta do Presidente Xi Jinping e do Presidente Lula, os nossos dois países passaram a ser amigos de confiança mútua e futuro compartilhado, e atuam como forças positivas que contribuem juntos para a paz", completou Xi.

 

O fator Trump e a diplomacia sul-sul

A vinda de Xi Jinping ao Brasil coincide com os dias seguintes da vitória de Donald Trump nas eleições para a presidência dos Estados Unidos.

Trump, que já foi presidente entre 2017 e 2020, tem uma política anti-China, assim como Bolsonaro, e já verbalizou que pretende aumentar taxas para produtos chineses e também de outros países. A eleição de Trump jogou incertezas sobre o futuro do comércio mundial.

Com isso, Lula deve intensificar sua estratégia de estreitamento de laços com os países em desenvolvimento, como a China. É a chamada diplomacia sul-sul, que Lula já fortaleceu em seus primeiros mandatos, com aproximação à África e à Ásia.

"Queremos adensar a cadeia de valor em nosso território, além de ampliar e diversificar a pauta com nosso maior parceiro comercial", disse Lula ao lado de Xi.

Lula citou a presença de empresas brasileiras na China e vice-versa. Também ressaltou como as trocas comerciais, na opinião dele, beneficiam os dois países.

"Empresas chinesas vêm participando de licitações de projetos de infraestrutura e têm sido parceiras em empreendimentos como a construção de usinas hidrelétricas e ferrovias. Isso representa emprego, renda e sustentabilidade para o Brasil. Indústrias brasileiras também estão ampliando sua presença na China, como a WEG, a Suzano e a Randon. Ao mesmo tempo, o agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos para a China", disse o presidente.

Apesar dos acenos de Lula e Xi para o comércio, o Brasil reluta em entrar no projeto trilionário de investimento chinês chamado "Nova Rota da Seda". Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que, para o Brasil, não é estratégico aumentar demais a dependência da China, e sim diversificar parceiros.

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