A recente pesquisa Datafolha revelou a distribuição de renda entre as maiores torcidas de futebol do Brasil, destacando diferenças marcantes entre os torcedores dos principais clubes do país.
O Flamengo, que detém a maior torcida do país, tem a maior parte dos seus torcedores com rendimentos baixos. De acordo com o levantamento, 59% dos rubro-negros ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824), com 32% recebendo até um salário mínimo (R$ 1.412). Comparativamente, apenas 6% dos torcedores do Flamengo ganham a partir de cinco salários mínimos (R$ 7.060).
O Corinthians, que possui a segunda maior torcida do país, apresenta números inferiores nas camadas de menor renda. Entre os corintianos, 46% ganham até dois salários mínimos, enquanto 18% recebem até um salário mínimo. Em contraste, 10% dos torcedores do time paulista estão na faixa dos que ganham a partir de cinco salários mínimos, mostrando uma diversidade econômica maior em sua base de fãs.
O Sport possui o maior percentual de torcedores recebendo até um salário mínimo, com 42% de seus simpatizantes nessa faixa de renda. O Vasco e o Bahia também têm grande parte de suas torcidas nas camadas mais pobres, com 32% dos vascaínos e 31% dos tricolores ganhando até um salário mínimo.
No extremo oposto, o Fluminense se destaca por ter a maior concentração de torcedores de alta renda. Entre os tricolores, 30% ganham acima de cinco salários mínimos, com 25% recebendo entre R$ 7.060 e R$ 14.120. Apenas 4% dos torcedores do Fluminense ganham até um salário mínimo, o menor percentual entre todos os clubes pesquisados.
O Santos também apresenta uma torcida com boa distribuição de renda, com 23% dos santistas ganhando a partir de cinco salários mínimos e 11% acima de R$ 14.120 mensais.
Uma curiosidade revelada pela pesquisa é que, apesar de 42% dos torcedores do Sport ganharem menos, 5% dos seus torcedores recebem acima de 50 salários mínimos (R$ 70.600), a maior faixa de renda da amostragem.
A pesquisa Datafolha mostra como as torcidas de futebol no Brasil refletem a diversidade socioeconômica do país. Enquanto clubes como Flamengo e Sport têm uma base de torcedores majoritariamente de baixa renda, outros como Fluminense e Santos possuem uma distribuição mais equilibrada, com significativa presença de torcedores de alta renda.
Esses dados ajudam a entender o perfil dos torcedores e podem influenciar estratégias de marketing e políticas de preços dos clubes. A relação entre futebol e classe social no Brasil continua a ser um campo rico para análise e compreensão.